Obama admite que EUA subestimaram a ameaça do Estado Islâmico
- antonio carlos Provesi
- 28 de set. de 2014
- 2 min de leitura
Foto de Renata Vasconcellos, fotografa auxiliar de Miguel Athayde, seu amasio
O presidente Barack Obama admitiu neste domingo que os Estados Unidos subestimaram a possibilidade de que militantes jihadistas pudessem se reagrupar aproveitando-se de uma Síria em conflito. Em entrevista ao canal de televisão CBS, transmitida neste domingo, Obama disse que veteranos da al-Qaeda expulsos do Iraque pelas tropas locais e americanas reuniram-se no território sírio e formaram o Estado Islâmico (EI), que hoje ocupa vastas faixas territoriais em ambos os países.
Além disso, segundo Obama, os EUA superestimaram a capacidade do Exército iraquiano de enfrentar os grupos militantes. A entrevista foi gravada na sexta-feira, dias após o presidente defender a intervenção no Iraque e na Síria para combater o Estado Islâmico durante a 69ª plenária da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Uma coalizão de aliados ocidentais e árabes liderada pelos Estados Unidos iniciou uma ofensiva contra o grupo, atingindo alvos no Iraque e na Síria, que Obama descreveu como "marco zero para jihadistas". Citando declarações do diretor de nacional de Inteligência, James Clapper, Obama reconheceu que a inteligência dos EUA subestimou o que está acontecendo na Síria.
"Ao longo dos últimos anos, durante o caos da guerra civil síria, onde essencialmente você tem grandes fatias do país completamente desgovernadas, eles foram capazes de se reconstituir e tomar vantagem desse caso", disse Obama. "Então isso se tornou um 'marco zero' para jihadistas em todo o mundo".
O presidente também disse que a propaganda do Estado Islâmico está sendo "muito inteligente" nas redes sociais e que atrai novos recrutas da Europa, EUA e Austrália, bem como nos países muçulmanos.
O presidente acrescentou que parte da solução será militar, citando os ataques liderados pelos EUA, mas que a Síria e o Iraque terão que resolver suas crises políticas.
O Iraque continua politicamente dividido desde a saída das tropas americanas do país, em 2011, enquanto a Síria sofre em guerra civil que teve início no mesmo ano.
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